O presente trabalho buscou compreender as estratégias que um grupo de 20 alunos da educação de jovens e adultos (EJA) dos módulos iniciais de alfabetização (I e II), correspondente a primeira e segunda série, de uma escola municipal do Recife recorre para resolver problemas multiplicativos combinatórios. A pesquisa originou-se da necessidade de conhecer tais estratégias com a finalidade de confrontar os dados da percepção doméstica, até então conhecidos pela pesquisadora, sobre a necessidade de realização de estruturação do pensamento matemático com apoio indispensável de cálculos numéricos na resolução de problemas matemáticos que envolvessem raciocínio combinatório. Para a realização da investigação, vali-me de um questionário com 10 questões relativas à multiplicação por combinação. De posse do material impresso, o exercício, os alunos dispuseram para realizar a atividade de lápis, borracha e caneta azul. Para compor o exercício utilizaram-se questões elaboradas de acordo com o contexto social dos alunos, como combinações de materiais como equipamentos de proteção individual (EPIs), luvas e sapatos de borracha, óculos e chapéus para proteção solar, dentre outras relacionadas ao mundo do trabalho dos sujeitos colaboradores. As questões foram lidas e relidas com a intenção de trazer o máximo de clareza e evitar erros derivados de má interpretação das questões, tendo em vista, o caráter último da pesquisa de avaliar a resolubilidade matemática e não a interpretação das questões. Munidos do material realizaram a atividade com bastantes dúvidas e ressalvas quanto ao uso obrigatório do cálculo numérico para legitimar os resultados. Foi possível perceber a preocupação exacerbada com a estruturação dos cálculos. Uma minoria apenas, de 15% resolveu parte das questões utilizando apenas o cálculo mental, enquanto os demais se utilizaram de contagem nos dedos e figuras ilustrativas para dar suporte ao cálculo, apagando posteriormente as figuras e deixando apenas os cálculos. Em muitos momentos perguntaram se poderiam responder às questões como costumeiramente, usando traços e/ou ligando os objetos a ser combinados. Foi-lhes garantido liberdade para executar a resolução das questões. Percebeu-se uma enorme aptidão pelo uso dos cálculos mentais, embora o cálculo numérico fosse a maior preocupação entre eles. Moço (2009) sobre o cálculo mental diz que “A maioria dos alunos não dá tanto valor a ele e almeja aprender a conta armada”.O que fica evidente é a importância da estruturação do cálculo numérico, ainda que o cálculo mental seja muito utilizado cotidianamente, acaba sendo desvalorizado e não aceito como válido saber aplicável na escola.