Entende-se que a maioria das escolas da educação básica ainda pratica um currículo escolar de caráter monocultural (CANDAU, 2005), fato que desfavorece o reconhecimento do diverso e a promoção de uma educação que efetivamente incluía os diferentes sujeitos. O presente trabalho baseia-se em uma pesquisa, de caráter etnográfico, realizada em duas escolas da rede pública do Estado do Rio de Janeiro que buscaram entender como o “novo currículo” do ensino médio, pautado na atual Base Nacional Comum Curricular, fragilizou a formação crítico- reflexiva dos jovens, desfavoreceu o processo ensino aprendizagem como recurso para a construção de uma identificação dos variados sujeitos com a escola e acentuo a precarização da profissão docente. Desta forma, mais do que uma nova proposta educacional, a Educação Inclusiva deve ser considerada uma cultura escolar que demostre uma concepção de escola que aspire o desenvolvimento de respostas educativas que contemplem a todos os alunos, independente de suas condições intrínsecas, sócio afetivas ou experiências prévias de escolarização. O processo ensino- aprendizagem precisa reunir um conjunto de metodologias, recursos e conhecimentos (materiais, pedagógicos e humanos) que a escola comum necessita dispor para atender à diversidade de seu alunado. Pensar de forma dicotômica o ensino “especial” e o ensino “regular” reflete uma concepção estagnada de desenvolvimento educacional (GLAT,2002). Ademais, faz-se considerável ponderar que além das necessidades educacionais especiais, a diversidade escolar também é perpassada pelas questões de cor/raça, classe e gênero, aspectos esses muitas vezes negligenciados quando se pensa o currículo escolar, o projeto político pedagógico, a prática educativa cotidiana e o processo ensino- aprendizagem.