A dignidade da pessoa humana se forma por meio de uma cultura de respeito aos direitos humanos, o que envolve a promoção de valores de igualdade, liberdade, justiça, cidadania, solidariedade, dentre outros. A Educação em e para os Direitos Humanos caracteriza-se por uma educação permanente, continuada e global (Zenaide e Viola: 2019), envolve mudança cultural e uma educação em valores, pois se busca a transformação dos sujeitos por meio das aprendizagens coletivas, ao invés da reprodução de conteúdos. No Brasil ainda não há uma cultura voltada para o debate dos direitos humanos na Educação Básica, senão no âmbito da inter/transdisciplinaridade, portanto, algo recomendado. Nesse sentido, apresentamos este artigo com o objetivo de discutir a educação em e para os direitos humanos em escola pública, tomando como ponto de partida os sujeitos privados de liberdade, os quais são incluídos no espaço escolar da Escola Estadual do Ensino Fundamental e Ensino Médio (EEEFEM) Paulo Freire, situada no município de Campina Grande, no estado da Paraíba, no interior do Complexo do Serrotão, espaço de aprisionamento de sujeitos que abriga em seu interior uma escola pública, cujo nome Escola Paulo Freire remete à liberdade, autonomia, educação e mudança e, conscientização. Sendo assim, procuramos identificar em que momento os sujeitos da escola desenvolvem práticas emancipadoras, libertadora desses sujeitos, bem como se a educação promovida pela Escola se constitui como prática da liberdade considerando a coexistência de políticas educacionais com políticas de segurança para os sujeitos privados de liberdade. Nossa análise se pauta em levantamento documental, bibliográfico e de campo, sendo realizadas entrevistas semiestruturadas, rodas de conversas com professores e educandos, confecção de caderneta de campo com anotações, levantamento fotográfico. Os resultados indicam precariedade na atenção dos direitos, dentre eles, o acesso à educação que se restringe a aproximadamente, 5% do universo de pessoas aprisionadas.