Os grandes empreendimentos hidrelétricos focam na exploração de recursos naturais de cunho desenvolvimentista, ampliando infraestruturas que acarretam também, fortes impactos nas condições originais de áreas de disponibilidade hídrica, como é o caso do rio Tocantins. Este artigo aborda a cultura de lazer nas praias fluviais do Tocantins e observa como estas paisagens estão sendo transformadas pela implantação de usinas hidrelétricas e pelo processo de urbanização, reverberando na mudança de práticas sociais e da relação das pessoas com o recurso hídrico. Para isto, o estudo utiliza a metodologia descritiva e exploratória, retratando a cultura de temporada de praias no Tocantins e focando em dois casos específicos: as praias urbanas de Palmas-TO e de Porto Nacional-TO. Observou-se uma expressiva transformação na paisagem original e diminuição da percepção dos ciclos hidrológicos naturais vinculados à formação dos bancos de areia nas áreas alagadas. As infraestruturas das praias urbanas ora tendem aos moldes culturais locais, ora incorporam modelos com padrões exógenos que geram uma relação do homem com a água diferente ao que ocorria anteriormente, resultando em um hibridismo associado ao processo de formação de uma identidade no mais novo estado brasileiro.