Ao longo dos tempos as mulheres indígenas mesmo passando por várias dificuldades sempre se destacaram no desenvolvimento de diversas atividades bastante significativas, é o caso das rezadeiras que bem antes da inserção das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) nos territórios dos povos originários, que essas detentoras de saberes tradicionais baseadas nas observações a mãe natureza realizavam seus trabalhos de cura. Esse olhar de sabedoria até hoje perpassa gerações e está presente diariamente na memória do povo indígena Atikum Salgueiro – PE. A utilização e o processamento com vistas na mãe natureza de plantas/ervas/árvores para fins de cura denominamos de medicina tradicional. A pesquisa busca dialogar no campo medicinal entrelaçando os diversos saberes ancestrais e vivências no chão do território do Povo Indígena Atikum de Salgueiro no sertão pernambucano, ainda problematiza que diferentemente do homem branco o povo Atikum utiliza vários espaços que funcionam para disseminação desses saberes, sendo a escola uma grande parceira nessa abordagem e troca de conhecimentos entre gerações. Atualmente estamos perpassando por um momento muito difícil, de muita luta, mas acreditamos ser esses momentos essenciais para nossas crianças, adolescentes e jovens Atikum. Nossa luta é para permanecermos de pé, assim como permaneceram aqueles/aquelas que nos antecederam. Também é nosso propósito manter viva essa tradição que é fruto de resistência para as gerações que já estão por aqui e para as que ainda estão por vir, pois são nossos troncos velhos detentores de saberes ocultos que precisam ser repassados. Nessa trajetória, fortalecerei o debate com meus e minhas parentíssimas: Célia Xacriabá (2018), Graça Graúna (2013), Daniel Munduruku (2012) e Ailton Krenak (2019).