Nos últimos anos, tem-se observado o estabelecimento de múltiplas ações que contribuem para enfrentar e dirimir problemas relacionados ao processo de envelhecimento humano e à aceitação da velhice sem estereótipos, incluindo várias iniciativas por parte de universidades. Apoiando os esforços, temos desenvolvido uma pesquisa que visa gerar ferramentas teóricas, métodos e técnicas de constituição, integração e análise de dados relativos a conhecimentos matemáticos de pessoas da terceira idade. A pesquisa ocorre junto à formação inicial de professores de matemática e à extensão universitária. Os resultados iniciais apontam a necessidade de maior aprofundamento nos temas: 1) o papel da memória e das experiências de vida na compreensão e na divulgação da matemática; 2) os processos cognitivos e o raciocínio lógico-matemático, as habilidades motoras e sociais de pessoas na terceira idade; 3) o uso da história oral na educação matemática; 4) a aplicação de jogos de tabuleiro e outros, para a mobilização de conhecimentos lógico-matemáticos na terceira idade. Há indícios de que a Etnomatemática pode constituir-se como um fio condutor para se efetuar um diálogo produtivo entre os saberes da experiência de pessoas idosas com os conhecimentos matemáticos formais. Como a segunda etapa da pesquisa prevê um conjunto de oficinas de extensão nos quais licenciandos em matemática atuarão como executores, os resultados previstos envolvem a formação de educadores matemáticos mais sensíveis às necessidades de uma sociedade que vem envelhecendo. Esperamos que, no seu vínculo com a licenciatura e a extensão universitária, a pesquisa ajude a construir uma relação mais inclusiva e dialógica dos futuros professores com as pessoas idosas, de forma a permitir a construção conjunta de saberes, a interação social e a ampliação dos canais de comunicação entre a sociedade, a escola e a universidade.