Este trabalho tem como objeto de estudo analisar e compreender o fenômeno da autolesão não-suicida no âmbito escolar, também denominada de automutilação. Compreende -se por autolesão o ato de atritar na pele um objeto perfurante ou cortante com o intuito se sentir dor, na busca de alternar uma de uma dor interna para uma dor externa, ou seja, na pele. O objetivo principal foi entender e interpretar os sentidos e significados da pratica autolesiva entre os jovens estudantes de ensino médio. Adotou-se a abordagem qualitativa, tendo como instrumentos metodológicos de pesquisa a entrevista semiestruturada para definir o perfil do jovem que se corta, suas motivações, significados e sentidos nesse ato. Aponta-se que o fenômeno da autolesão no âmbito educacional é interseccional e atemporal, necessitando de investigações e compreensão metodológica acerca do fato. O campo de estudo foi analisado e norteado a partir de teorias e perspectivas sociológicas, antropológicas e teorias afetivas sobre corpo, dor e emoções. Averigou-se que a autolesão é mais recorrente entre mulheres decorrente de conflitos pessoais, desavenças escolares, problemas familiares, transtornos psicológicos ou sofrimentos psíquicos. Diante nisso, conclui-se que a autolesão é uma válvula de escape para regular ou amenizar emoções avassaladoras e intensas e assim, expressar seus sentimentos através dos cortes na pele.