O estudante contemporâneo possui um perfil guiado e subsidiado por vários estímulos, informações, oriundos das tecnologias digitais. Essa demanda provocou nas escolas a necessidade de adaptar as metodologias de ensino através de estratégias que alcancem esse aluno e que auxiliem na manutenção do interesse pelo ensino. Contudo, percebe-se de forma crescente o desinteresse por parte dos alunos acerca dos assuntos escolares. A dificuldade para manter o foco enquanto estuda, a necessidade de estar constantemente on-line, as crises de ansiedade e a irritação quando é necessário passar algum momento sem utilizar alguma tecnologia são exemplos de queixa dos pais em consultório para justificar a queda no rendimento escolar de seus filhos. Apesar da adequação realizada pelas escolas, percebe-se que a questão não é mais apenas o uso da tecnologia, mas o conteúdo exposto nelas, o que se torna mais uma barreira para a escola. Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo fazer um levantamento das queixas de dificuldades de aprendizagem relatadas pelos pais de crianças atendidas em uma clínica psicopedagógica e relacioná-las a problemas emocionais causados pelo uso excessivo das tecnologias. Foi possível perceber que o apego às telas, de qualquer espécie, tem causado momentos de estresse tanto na escola quanto em casa, principalmente na hora da atividade. A maioria dos pais cujos filhos têm entre 6 e 11 anos relatam sobre o comportamento dos filhos: agressividade, ansiedade, pobre autoconceito, isolamento, insônia, irritação, desatenção, hiperatividade e choro imotivado. Essas crianças têm apresentado baixo rendimento escolar e algumas já fazem uso de psicotrópicos para controle da ansiedade. Mediante o exposto, o presente trabalho além de trazer reflexões sobre essa realidade vivenciada pelos estudantes, busca proporcionar uma psicoorientação acerca de sua rotina diária, como forma de contribuir para uma melhor qualidade de vida social, familiar e acadêmica dos mesmos.