Este trabalho tem por objetivo analisar a questão agrária e conflitos nos territórios do Jequitinhonha a partir dos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Sistema de Informações Geográficas da Mineração (SIGMINE). Ao espacializar os dados do CAR de 2019, a área dos imóveis rurais expõe a estrutura fundiária que historicamente protagonizou conflitos e expropriações, subjugando os povos à ordem do colonizador. Por sua vez, os dados dos processos minerários indicam um aumento significativo e uma convergência entre as áreas com maior incidência de processos minerários, e os pontos com conflitos pela mineração. Cerca de 60% dos processos estão concentrados nas duas primeiras fases, em um total de 5676 processos minerários. A partir desses dados, analisamos e problematizamos sobre a questão agrária, a nova fronteira agrícola-mineral que se impõe aos territórios do Jequitinhonha.