A busca por novas fontes de energia que provoquem um menor impacto ambiental é cada dia mais evidente e importante na contemporaneidade. Neste contexto, tem-se o uso da biomassa que é de baixo custo e possui eficiência tecnológica para ampliar o uso de energia renovável. A Bahia é o maior produtor nacional da cultura do cacaueiro, para cada 1 tonelada de sementes são geradas aproximadamente 6 toneladas de casca de cacau in natura, que geralmente é deixada na própria plantação como adubo orgânico, porém para finalidade energética, será estudado a capacidade de reaproveitamento da casca para produção de biocombustível sólido. O resíduo de Theobroma cacao L. foi caracterizado por análise imediata (umidade, voláteis, cinzas e carbono fixo) e poder calorífico, regidos pela norma ASTM (American Society for Testing and Materials). A torrefação, processo de conversão termoquímico, foi realizado nas temperaturas: 220, 230, 240 e 250°C, este processo aumentou o poder calorífico das amostras de 17,33 MJ kg-1 in natura para 22,46 MJ Kg-1 a 250°C, o teor de umidade diminuiu de 15,96 % in natura para 5,88% em biomassa torrificada a 250°C, o teor de voláteis diminuiu de 94,40% para 43,39%, o teor de cinzas aumentou de 2,2% para 3,02% e o teor de carbono fixo também aumentou de 3,39% para 53,58%. Assim pode-se verificar, com base nos resultados obtidos que o resíduo de Theobroma cacao L., deixados nas plantações cacaueiras para única finalidade de adubo orgânico, também apresenta um potencial energético que pode ser aproveitado como biocombustível sólido.