INTRODUÇÃO O presente resumo tem a finalidade de explicitar sobre o projeto que tem a pretensão de ser desenvolvido com os alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Segismundo Pereira, da cidade de Uberlândia, Minas Gerais, dentro do contexto da disciplina de História. O projeto consiste em executar o que se denominou como “Cine Debate”, onde haverá a realização de uma roda de conversa sobre filmes previamente escolhidos. Tal programa será organizado tanto pela professora quanto pelos participantes da Residência Pedagógica que acompanham a docente preceptora. Com o projeto em prática, almeja-se alcançar a participação dos alunos, de modo que eles consigam assistir os filmes e, coletivamente, expressar as suas constatações e opiniões de modo e contribua para o aprendizado, correlacionando contextos históricos e podendo realizar também uma abordagem interdisciplinar. Justifica-se, portanto, que a utilização desse semiótico da linguagem como mais um grande contribuinte na relação de ensino-aprendizagem dentro da História por seus diversos caráteres. Como exemplo, menciona-se o desenvolvimento da capacidade de apreensão e de julgamento, transmissão de uma memória coletiva, assim como também a formação de uma consciência política. Ainda mais com o auxílio e contribuição dos demais alunos e o professor que contribuirão na roda de conversa, a aplicação desse projeto tende a cooperar para o aprendizado dos alunos, realizando paralelamente um grande incentivo à cultura. METODOLOGIA A metodologia consiste na escolha prévia de filmes e documentários que estejam em concordância com as temáticas da História, as quais estão ou serão trabalhadas pelo professor em algum momento na grade curricular. Assim, solicita-se aos alunos que assistam ao filme indicado – com suporte de como e onde encontrá-lo – para ser analisado e discutido em forma de uma roda de conversa, podendo ocorrer de forma presencial ou online. Pretende-se cumprir-se o projeto ao longo de um semestre, em períodos quinzenais. Na roda de conversa, seria realizada a discussão orientada pelo professor e também pelos residentes, que ficariam responsáveis pela organização e iniciação dos debates. Os alunos, portanto, seriam conduzidos a retomarem o filme com viés crítico e analítico, analisando os variados contextos em que se passam o filme, correlacionando com os conteúdos vistos dentro da sala de aula. Assim, assimilariam a arte e a representação com a verdadeira história. REFERENCIAL TEÓRICO A História por muito tempo se utilizou de diversas fontes para construção do seu conhecimento. No entanto, segundo a autora Katia Maria Abud (2003), foi apenas com o advento da Annales, e com a interrupção com a escola metódica, tradicional, como era conhecida anteriormente, na primeira metade do século XX, que a disciplina passou a mudar as suas concepções por meio de novas abordagens, objetos e linguagens, se incorporando e contribuindo ainda mais no ensino de História. Alguns historiadores já viam a necessidade de alcançar e fomentar o lado criativo dos alunos, e as novas tecnologias já apontavam para uma mudança de cenário. Assim, o cinema pouco a pouco foi se tornando um recurso didático e cada vez mais utilizado dentro das escolas. Segundo Abud (2003): “processam, ainda, outros símbolos amplamente culturais e sociais, mediante os quais apresentam uma certa imagem do mundo, que devem possibilitar ao aluno que desenvolva a análise crítica do mundo no qual vive.” (p. 188) Acima de meramente passar o filme, tem-se, portanto, uma proposta didática, onde o filme, com a sua finidade de informações consegue contribuir para a formação e desenvolvimento do aluno. No entanto, Abud ainda chama a atenção para a diferenciação entre os termos de informação e formação, onde o primeiro é considerado quase que um pensamento avulso no tempo e no espaço, enquanto o segundo é uma série de ações que concorre para chegar a um resultado. Dessa forma, só ocorre a formação de fato quando a informação perpassa e se relaciona com as estruturas individuais mentais e que, depois, são transformados em conhecimento. Rogério Christofoletti (2009) ainda dá um parecer sobre a sétima arte: Da sala escura com tela grande e clima envolvente ao ambiente doméstico e naturalmente dispersivo, o cinema ajuda a preencher a rotina humana. É obra de arte, entretenimento, digestivo cultural. Mas também é janela, vitrine e espelho: nele, observamos outras realidades, admiramos nossos escolhidos e reconhecemo-nos de relance. (p. 605) RESULTADOS E DISCUSSÃO O projeto conta com o objetivo de fazer com que os alunos consigam apreender com maior efetividade sobre os conteúdos trabalhados em sala de aula, correlacionando contextos que a produção cinematográfica consegue proporcionar, como sendo uma representação visual de conjunturas históricas. Com essa proposta, enriquece-se o processo educacional, tendo grande potencial para ser ferramenta complementar às demais formas de aprendizagem. Essa abordagem diversificada concorre para que seja estabelecidas ligações emocionais com o passado, conferindo maior significado e tornando-se imprescindível para o ensino de História nas escolas. Tal projeto ainda está em desenvolvimento, mas próximo de ser colocado em prática. Espera-se, primeiramente, que os alunos criem entusiasmo ao participar dessa atividade que é além da sala de aula, e que consigam dar continuidade e repercussão nesse programa. Outrossim, a maior das expectativas é que os alunos consigam não somente correlacionar a produção cinematográfica com o conteúdo, mas também realizar uma leitura crítica acerca destes e das questões que se envolvem, assimilando e contemplando a conexão de diferentes semióticos unidos no propósito de ensinar o aluno e fazer com que ele se desenvolva da melhor maneira possível. REFERÊNCIAS CHRISTOFOLETTI, Rogério. Filmes na sala de aula: recurso didático, abordagem pedagógica ou recreação?. Educação. Santa Maria. , v. 34, n. 3, p. 603-616, set./dez. 2009 Disponível em: http://www.ufsm.br/revistaeducacao Acesso em agosto de 2023. ABUD, Kátia Maria. A construção de uma Didática da História: algumas idéias sobre a utilização de filmes no ensino. História. São Paulo, 22 (1): 183-193, 2003. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/his/a/jMrYY4HDZR8RwmNsqrWx7hK/?format=pdf&lang=pt> Acesso em agosto de 2023.