A herança cultural e religiosa africana que percorreu os circuitos transatlânticos, através da diáspora, somada a dos povos originários desta terra estão consubstanciados nas religiões de matriz africana, afro-brasileira e indígenas, como a Umbanda, o Candomblé, a Jurema, o Catimbó, o Omolocô, entre outras. Entretanto, os povos e comunidades de terreiros vivenciam cotidianas experiências de violências e violações de direitos, em que o racismo se expressa e se impõe pelo viés da intolerância religiosa, do desrespeito aos cultos, às liturgias e aos seus seguidores. Neste sentido, a principal motivação para a construção deste inventário diz respeito ao combate ao racismo religioso através da sistematização do percurso formativo da Tenda Ogum General de Brigada Tranca Rua, em nível regional, estadual e nacional, bem como, apresentar a importância que o terreiro de Umbanda desempenha na comunidade ao qual está inserido. A referida Tenda está situada no município cearense de Madalena, desde o ano de 2016. Esta narrativa foi construída por meio de pesquisas bibliográficas e etnográficas. Utilizando-se como ferramentas para a coleta de dados, entrevistas semiestruturadas realizadas com membros da família de santo e da comunidade onde está localizado o terreiro. Através da pesquisa bibliográfica foram coletados elementos para o embasamento teórico da narrativa e o confronto de ideias. Para além do caráter religioso, constatou-se que a tenda presta outros serviços à comunidade, tais como: assistência social a jovens e a pessoas LGBTQIAPN+ e busca garantir a seguridade alimentar a pessoas em condição de vulnerabilidade social. Assim este relato nos permite concluir a relevância que o terreiro de umbanda possui no cenário no qual ele está inserido.