Introdução: repercussões da fisiopatologia da cirrose hepática podem influenciar na avaliação nutricional como a presença de ascite e/ou edema em qualquer fase da vida. A medição da espessura das dobras cutâneas e da circunferência do braço são menos influenciadas pelo estado hídrico do paciente e, apesar da possibilidade de variabilidade entre avaliadores, essas medidas são consideradas mais adequadas do que o IMC para detectar desnutrição. Metodologia: estudo transversal, com abordagem quantitativa envolvendo pacientes idosos com cirrose hepática atendidos no ambulatório de gastrenterologia do Hospital das Clínicas - UFPE. Foram avaliados parâmetros sociodemográficos (idade e sexo) e antropometria com circunferência do braço (CB), prega cutânea tricipital (PCT), circunferência muscular do braço (CMB). Resultados: a amostra foi constituída por 35 pacientes com idade média de 68,11 ± 8,26 anos, com predomínio do sexo masculino (68,57%). De acordo com a CB, 59,98% possuíam algum grau de desnutrição, 28,57% dos pacientes estavam eutróficos,11,42% com excesso de peso. Já quando avaliados pela PCT, evidenciou 34,28% de pacientes com algum grau de desnutrição, 5,71% de eutrofia, 59,99% possuíam excesso de peso. Referente aos resultados da CMB, 71,59% com desnutrição e 28,57% eram eutróficos. Conclusão: segundo resultados de CB e CMB, a maior porcentagem da amostra foi classificada com desnutrição. Tais achados reforçam sobre a necessidade da análise criteriosa na determinação do diagnóstico nutricional deste público no qual a desnutrição pode ser, com frequência, subdiagnosticada diante das dificuldades que o percurso da doença pode acarretar na avaliação nutricional.