O envelhecimento populacional é uma realidade de espectro mundial que requer conhecimento aprofundado acerca da multidimensionalidade do cuidado direcionado à pessoa idosa, para que seja possível promover a saúde integral e a qualidade de vida a esse público, atendendo às suas particularidades. Em nível de atenção primária à saúde, há ferramentas que possuem um potencial de facilitar o alcance desse objetivo, como o genograma, o ecomapa e o Projeto Terapêutico Singular (PTS), as quais, quando utilizadas de forma eficiente pela equipe multiprofissional, garantem a compreensão das qualidades das relações dos membros pertencentes à família do paciente índice e as informações médicas e psicossociais que as rodeiam. Nesse contexto, o artigo objetivou relatar a experiência de alunos graduandos em medicina na construção dessas ferramentas durante uma atividade prática do módulo de Integração Ensino-Serviço-Comunidade (IESC) e a sua relação com a avaliação multidimensional do idoso. Trata-se, portanto, de um relato de experiência, cuja vivência ocorreu na Unidade de Saúde da Família (USF) de São Rafael, em João Pessoa-PB, entre março e maio de 2023, envolvendo os relatores, o paciente índice e a preceptora. Durante as visitas, foi possível coletar informações acerca das questões de saúde física e mental do paciente, além de conhecer as suas relações familiares e interpessoais com a comunidade em que reside, bem como o seu contexto socioeconômico, e, assim, criar propostas terapêuticas individualizadas. A partir disso, foi constatado que o genograma, o ecomapa e o PTS são ferramentas de abordagem familiar eficientes na avaliação multidimensional do idoso, pois utilizam informações tanto sobre os aspectos clínico-funcionais quanto sobre os sócio-familiares do paciente para direcionar o cuidado, garantindo o máximo bem-estar psicossocial e não somente a ausência de doenças, além de oferecer condições para que as pessoas atinjam idades avançadas mantendo a independência, a autonomia e a funcionalidade.