A qualidade de vida (QV) abrange a percepção subjetiva e global do bem-estar e satisfação relacionados aos diversos aspectos da existência humana. O acidente vascular cerebral (AVC) é uma condição de saúde grave que pode acarretar um impacto considerável na QV dos indivíduos afetados. Já que após a ocorrência de um AVC, o indivíduo é confrontado com sentimentos de isolamento e incapacidade, decorrentes da ameaça à sua integridade biopsicossocial. Portanto, o presente estudo tem como objetivo examinar a percepção da qualidade de vida em indivíduos crônicos pós AVC, em uma cidade localizada no interior nordestino. O estudo tem caráter transversal, com amostra por conveniência, em um ambulatório de uma clínica integrada. Os indivíduos selecionados foram avaliados e caracterizados por meio dos seguintes instrumentos clínicos: a Medida de Independência Funcional (MIF), a Subseção Motora da Escala de Desempenho Física de Fugl-Meyer (FM), e o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-bref). A média de idade dos indivíduos avaliados foi de 66,5 anos (±9,6), sendo 52,4% do sexo masculino, 47,6% com o hemicorpo esquerdo comprometido, e um tempo médio de lesão de 51,81meses (±28,49). A pontuação da MIF foi de 93,90 (±47,13) pontos, da FM motora foi de 187,71 (±45,14), e a pontuação total da WHOQOL-bref de 78,76(±9,14). No domínio físico da WHOQOL-bref, os indivíduos obtiveram 23,52 (±2,96) pontos, no domínio psicológico 19,86(±2,32) pontos, no domínio social 11,76(±3,68) pontos, e no domínio meio ambiente 29(±3,48) pontos. O estudo demonstra uma acentuada perda na qualidade de vida dos indivíduos pós AVC, principalmente nos domínios psicológico e social. (parecer CAAE 2.622.853)