As funções executivas são funções cognitivas relacionadas às habilidades de planejamento, execução e manutenção das tarefas cognitivas. Devido ao comprometimento nas funções executivas, pessoas com Doença de Parkinson (DP) podem apresentar prejuízos funcionais como a dificuldade na realização de atividades mais complexas, a exemplo de situações de dupla-tarefa. Objetivou-se descrever o perfil clínico com ênfase na função executiva de pessoas com DP atendidas em pesquisa clínica no Laboratório NeuroMove da Universidade Federal da Paraíba. Trata-se de um estudo observacional analítico transversal composto por 16 pessoas de ambos os sexos (62,5% homens e 37,5% mulheres) com DP idiopática. Os voluntários foram avaliados por meio de questionário estruturado com informações sociodemográficas e clínicas. Para avaliação da função cognitiva aplicou-se Escala Cognitiva de Montreal (MoCA) e para avaliação da função executiva o Teste de Stroop e o Trail Making Test (TMT). Os dados foram apresentados por meio de estatística descritiva básica e as informações processadas pelo Software de planilha Microsoft Excel. A amostra apresentou média de idade de 60,6 ± 10,6 anos (média±DP) e tempo de diagnóstico de 77 ± 33,7 meses. Foi identificado comprometimento cognitivo leve por meio do MoCA (23,5 ± 4,4), com pontuação abaixo de 24 pontos; média de 262,8 ± 156,2 segundos para realização do TMT, próximo ao tempo limite para realização da tarefa (300 s); e 22,2 ± 11,5 segundos para o teste de Stroop, média abaixo de 25 s, dado que aponta para um quadro de atenção prejudicada. Os resultados indicam redução na velocidade de resposta e atenção e corrobora com a presença de déficit na função executiva nas pessoas com DP. Esses achados justificam a importância do acompanhamento fisioterapêutico com treinamentos de dupla-tarefa e estimulação cognitiva para promover aumento da capacidade funcional.