Introdução: Um dos fatores de risco para o acidente vascular encefálico (AVE) é o sedentarismo. Após o AVE, os pacientes possuem ainda mais dificuldade para se exercitar tendo em vista as dificuldades funcionais decorrentes das sequelas sensório-motores residuais e o medo de provocar um novo evento vascular. Hoje já se sabe que o descondicionamento físico aumenta ainda mais o risco de reincidência do AVE. Objetivo: Verificar o efeito de um programa de exercícios aeróbicos sobre a resistência física durante a caminhada de indivíduos pós-AVE. Método: Trata-se de um projeto de extensão intitulado “Programa de Exercício Aeróbico para Pacientes pós-AVC (PEAA)”. Participaram do projeto 7 indivíduos pós-AVC no período de abril a junho de 2023. Destes, 4 concluíram dois meses de PEAA, com uma frequência de duas vezes semanais e duração de 1hora 30 minutos. O programa contemplou três circuitos de exercícios - circuito 1: bicicleta ergométrica ou esteira; circuito 2: cama elástica e atividades para membros superiores; e, circuito 3: corrida ou caminhada rápida. Todos os indivíduos foram avaliados e reavaliados por meio do Teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) medir a sua resistência física, entre outras escalas. Resultados: Foi possível observar que três dos quatros indivíduos que completaram o programa de exercício aeróbico obtiveram uma diferença na distância percorrida no TC6M entre o pré- e pós- protocolo (v1: 68m; v2: 73m; v6: 219m) maior que a mínima diferença clinicamente importante (34,4m) para indivíduos pós-AVC. Um participante obteve uma diferença entre pré- e pós-protocolo (v3: 12m) inferior a medida de erro padrão esperada para a população de pós-AVC (12,4m), não sendo possível observar melhora no seu desempenho. Conclusão: A prática de exercício aeróbico foi capaz de melhorar a resistência física da maioria dos indivíduos pós-AVC que participaram do PEAA, sugerindo que a prática de exercício aeróbico pós-AVE é efetiva.