Este resumo sintetiza um estudo exploratório realizado com mulheres estudantes da área da engenharia de uma IES pública da Bahia e que teve como objetivo identificar e compreender quais são os desafios que as estudantes universitárias dessa área enfrentam ao tentar uma vaga de estágio (Lei nº 11788/08). O referencial teórico-metodológico abrange uma revisão de literatura e um estudo de caso que combina elementos de pesquisa aplicada e uma abordagem qualiquantitativa. Os resultados encontrados retratam que as estudantes frequentemente se deparam com desafios marcados por atitudes discriminatórias e preconceituosas relacionados ao gênero. A preferência por homens para as vagas de estágio é um reflexo da persistente da desigualdade de gênero, reforçando estereótipos prejudiciais, que dificultam o acesso equitativo às oportunidades. A falta de políticas públicas de igualdade de gênero pode contribuir para a sub-representação das mulheres nas oportunidades de estágio na engenharia, sobretudo, se considerada a falta de ações afirmativas, como a reserva de vagas para mulheres em campos predominantemente masculinos. Da mesma forma, conclui-se que a percepção equivocada de que as mulheres são resistentes e menos aptas a papéis técnicos, limita e prejudica a autoconfiança das estudantes, podendo influenciar sua disposição em enfrentar as dificuldades do ambiente de estágio. A falta de modelos femininos bem-sucedidos na engenharia ou o desconhecimento destes também pode contribuir para essa visão distorcida.