O objetivo desse artigo é discutir a realidade das escolas das Comunidades Quilombolas no Piauí, tomando como base seus aspectos legais e as condições de funcionamento, destacando a organização dessas escolas no Piauí. A educação nas chamadas escolas quilombolas inclui o conteúdo escolar regular, que é dado para todos os estudantes, mas destaca a explicação da formação dos quilombos, da relação Brasil-África e da mistura da cultura africana coma brasileira. É uma escola igual a qualquer outra, porém diferente neste aspecto do currículo. A escola quilombola é construída com recursos do Programa Brasil Quilombola, do Governo Federal. São espaços pensados para os quilombolas e que em tudo devem lembrar a herança cultural dos quilombos. Perguntamos qual a realidade dessas escolas sob os diferentes aspectos do seu funcionamento? A metodologia foi composta por uma pesquisa de cunho qualitativo e quantitativo com dados coletados junto à Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Estado do Piauí (Cecoq) nas cerca de 150 comunidades no estado. O referencial teórico foi sustentado nas obras de Almeida (2018), Brasil (2004), Frantz (1979), Ortiz (2005), UNESCO (2013), entre outros autores que tematizam o tema. Nos resultados percebe-se que ainda não se consolidou uma política pública voltada para melhoria de infraestrutura, formação continuada de professores que atuam nas comunidades remanescentes de quilombos, visando à valorização e a afirmação dos valores étnico-raciais na escola e proporcionando instrumentos teóricos e conceituais necessários para compreender e refletir criticamente sobre a educação básica oferecida nas comunidades remanescentes de quilombos.