A escola é um dos ambientes mais importantes depois do núcleo familiar. É nesse ambiente que podemos exercer nosso papel de cidadãos pela primeira vez, até quando, por votação, escolhemos os representantes de nossa turma. Por outro lado, o ambiente escolar também é um espaço de controvérsias. Nesse ambiente de diversidade, nasce o questionamento por conta da identidade e da diferença entre seus partícipes, e esse binômio leva às desigualdades. O objetivo geral dessa pesquisa foi discutir acerca das vulnerabilidades sociais no âmbito escolar a partir das representações que os adolescentes fazem de si próprios. Como objetivos específicos, tem-se dentre os principais promover o aprendizado de gêneros discursivos a partir da esfera literária como o relato, a autobiografia e o diário. Além disso, tem-se a preocupação de possibilitar o entendimento das relações sociais existentes na escola, bem como identificar no ambiente escolar adolescentes em situações de vulnerabilidade. Para o aporte teórico foram utilizados os estudos de Candau (2008) sobre identidade, alteridade, representação e multiculturalismo e Teixeira (2016) sobre os conceitos de resiliência e vulnerabilidade social. A metodologia adotada foi da pesquisa-ação a partir da construção de projeto de intervenção realizado em uma escola pública em Belém do Pará, com atividades que envolveram a) palestras com tema sobre direitos humanos, b) contação de histórias com literatura infantojuvenil (A parte que falta, de Shel Silverstein; Cada um com seu jeito, cada jeito é de um!, de Lucimar Rosa Dias; e Bucala, a pequena princesa do Quilombo do Cabula, escrito por Davi Nunes), c) roda de conversa a partir de temas geradores: como é ser adolescente hoje?, palavras encorajadoras e palavras que ferem e pessoas significativas. Os resultados foram percepções mais positivas de si, além dos alunos em situação de vulnerabilidade social passarem a ter o aumento da autoestima.