A íntima relação existente entre os humanos e as plantas diminuiu com os avanços do mundo moderno, refletindo no próprio estudo da biologia vegetal que tem sido caracterizado, sobretudo, por desafios quanto a dificuldade de assimilação dos conteúdos abordados em sala de aula, assim como o descaso por parte dos estudantes em torno dos diferentes assuntos que envolvem a Botânica e o próprio desinteresse quando comparado a outras áreas das ciências. Nesse contexto, as discussões sobre “negligência botânica” continuam a despertar o interesse dos profissionais da área, o que demonstra ser o ponto motivador para o desenvolvimento desta pesquisa. Com isso, o presente trabalho teve como objetivo analisar os motivos pelos quais o ensino na área da botânica tem sido negligenciado em paralelo a outros conteúdos das ciências. Como pressuposto teórico-metodológico, foi realizada uma revisão sistemática em Anais do CONEDU das edições VII (2020-2021), VI (2019), V (2018), IV (2017) e III (2016) para conduzir a discussão mediante os seguintes questionamentos (i) “Qual a prevalência de trabalhos publicados em um evento nacional de educação com temáticas voltadas para a área de botânica?” e (ii) “É possível tecer um comparativo mostrando que o ensino de botânica é negligenciado devido à preferência existente pelos animais ao invés de plantas?”. Os resultados evidenciaram um quantitativo de 154 (66,6%) trabalhos relacionados a área da Botânica e 77 (33,3%) na área de Zoologia. O resultado nos permite refletir acerca do porquê da negligência botânica ainda ser tão presente, mesmo diante desse maior número de produções. Acreditamos que esse fato pode estar relacionado a fatores como as questões neurofisiológicas, ao zoocentrismo e a ausência de práticas educativas que promovam a construção do conhecimento significativo sobre as plantas.