Este artigo tem como objeto de estudo as práticas de leitura que transcendam o papel impresso, e que sejam contempladas pelo livro didático, considerando que este é o recurso mais acessível a professores e alunos. O interesse por pesquisar justifica-se por trazer a lume um olhar investigativo sobre o principal recurso pedagógico utilizado na sala de aula, considerando que este pode ser um caminho possível de apontar novas práticas de leitura. Partimos da hipótese de que o livro didático, apesar de constituir num instrumento didático que serve a “velhas” práticas pedagógicas, contempla gêneros digitais, também chamados emergentes, e/ou traz sugestões de leituras possíveis de serem realizadas por meios digitais, visto que foi elaborado em consonância com a BNCC, que traz entre suas dez competências básicas, a cultura digital. Nessa perspectiva, objetivamos: investigar como as transformações ocorridas no ensino de leitura, considerando o espaço social e escolar cada vez mais preenchido pelas tecnologias digitais, são contempladas pelos livros didáticos. O estudo é de natureza básica e se caracteriza como descritivo e exploratório. Como procedimentos técnicos, utilizamos: pesquisa bibliográfica, fundamentada em Chartier (2002), Pietri (2009), Elias (2011) e outros; e análise de conteúdo da coleção de livros didáticos de Língua Portuguesa Tecendo linguagens, direcionada a alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, na Rede Pública de Ensino de Acopiara, interior do estado do Ceará. Em conclusão, aponta-se, ainda que parcialmente, a relevância de que os materiais pedagógicos utilizados para o trabalho com leitura, entre os quais destacamos o livro didático, acompanhem as transformações ocorridas nos modos de ler e propiciem aos leitores o conhecimento de gêneros que circulam nos meios digitais, bem como indicações de outras leituras a serem realizadas por meio de suportes tecnológicos.