O objetivo deste artigo é discutir um estudo exploratório sobre a identidade de oito alunos-professores como aprendizes do Curso de Formação Continuada “Sistema Braille -40h” da região do Distrito Federal, com base nas narrativas sobre as razões em buscarem tal formação. Com base nos dados gerados, identificou-se os conceitos desenvolvidos por Bonny Norton, a questão do investimento na aprendizagem e as comunidades imaginadas pelos participantes do curso. Isto é, as razões por essa aprendizagem se baseiam num investimento claro na qualificação pessoal e profissional. Sendo que essa última aponta para uma comunidade imaginada: a educação especial/inclusiva. Também uma abordagem narrativa de pesquisa foi adotada, já que as identidades são narrativas socioculturais progressivamente construídas. A análise mostrou que a identidade revelada dos cursistas-professores investigados gira em torno a dois tipos de investimentos: aqueles que os levam a aprender o sistema de leitura e escrita tátil como recurso para trabalhar (ensinar) indivíduos com deficiência visual (na educação especial ou na educação inclusiva) e aprender o sistema para ajudar ao próximo, que entendemos ser um capital social. Os resultados mostram que no grupo dos cursistas pesquisado, a identidade do aprendiz do sistema braille e a identidade social parecem se misturar, e em muitos casos, a segunda se sobrepõe a primeira.