Introdução: O Rio Grande do Norte possui uma população de 3.168.027 habitantes. A esperança de vida do potiguar em 2010 foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 71,1 anos de idade, sendo 67,3 anos para homens e 75,1 anos para mulheres. Projeções da Organização Mundial de Saúde (WHO) indicam que, entre os 10 países com numerosa população idosas em 2025, cinco serão em desenvolvimento, incluindo o Brasil, com número estimado de 27 milhões de pessoas com 60 e mais anos de idade. A elevada prevalência de doenças crônicas entre idosos brasileiros tem sido frequentemente referida, em especial as cardiovasculares, que constituem das principais causas de mortalidade, além de associarem-se a incapacidade, dependência e perda de autonomia com alto custo econômico e social. Objetivo: Verificar a prevalência de óbitos por causas básicas em idosos jovens e velhos. Metodologia: Para tanto, foi realizado estudo descritivo que incluiu 43.701 registros de declarações de óbitos de 2009 a 2012, do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), extraídos do banco de dados disponibilizado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAD-RN). Considerou-se apenas duas faixas etárias: idosos jovens (60 a 74 anos de idade) e idosos velhos (75 ou mais anos de idade), ambos os sexos, para determinação da razão de prevalência bruta de óbitos segundo causa básica da Classificação Internacional de Doenças 10. Utilizou-se o pacote estatístico Stata/SE versão 12 (Windows) e considerou-se nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95% para a estatística do teste. Resultados: Dos 43.701 registros, observou-se a predominância do sexo masculino (51,35%) e de idosos velhos (64,81%). A maior prevalência de óbitos em idosos foi por doenças do aparelho circulatório (37,16%), seguido de neoplasias (17,35%), doenças endócrinas, metabólicas e nutricionais (12,04%), e doenças do aparelho respiratório (11,48%). Nos homens, as doenças respiratórias prevaleceram sobre as doenças endócrinas, metabólicas e nutricionais. A prevalência de óbitos foi maior em idosos jovens com relação a causa básica de cardiopatia isquêmica (RP60-74=1,12 – 1,09/1,14), diabetes mellitus (RP60-74=1,05 – 1,03/1,08) e neoplasias do aparelho digestivo (RP60-74=1,05 – 1,03/1,07), enquanto os idosos velhos apresentaram maior prevalência de óbitos por desnutrição (RP75+=2,15 – 1,77/2,60), influenza (gripe) e pneumonia (RP75+=2,02 – 1,86/2,18), doenças hipertensivas (RP75+=1,41 – 1,31/1,50), doenças crônicas das vias aéreas inferiores (RP75+=1,21 – 1,11/1,31) e doenças cerebrovasculares (RP75+=1,19 – 1,13/1,24). Conclusão: Houve maior prevalência de óbitos por doenças cardiovasculares na população idosa, onde a cardiopatia isquêmica e a desnutrição foram causas básicas importantes para idosos jovens e velhos, respectivamente. São necessárias estratégias eficientes de saúde pública capazes de modificar este quadro atual. Uma medida importante é a promoção da alimentação saudável e a prática de atividades físicas, principalmente nas escolas, onde estão nossos futuros idosos.