O currículo voltado para o sujeito está na ordem do dia de diversos debates educacionais contemporâneos. Não cabe mais desenvolver currículo sem considerar o que envolve, como a singularidade do sujeito que em certa medida conectam com os saberes e fazeres que emergem na escola. Nessa direção, objetivamos tecer considerações acerca do currículo no contexto dos anos iniciais do Ensino Fundamental, considerando sobretudo a reforma decorrente da lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, que ao antecipar a entrada das crianças aos seis anos (que antes seriam direcionadas à Educação Infantil) no Ensino Fundamental trouxe questões problematizadoras quanto ao lugar da infância na escola. Precisamente, faremos um recorte dos resultados obtidos em uma pesquisa concluída na Iniciação Cientifica, de enfoque etnográfico, realizada com o objetivo de compreender os sentidos e os significados veiculados entre as crianças da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, acerca da infância no contexto escolar. Como instrumento de coleta de dados utilizamos observações e entrevistas semiestruturadas, com crianças de ambos níveis, entretanto focalizaremos dados oriundos do primeiro ano do Ensino Fundamental dos municípios Toritama e Belo Jardim. Realidade que apontou o conflito da infância em ter reconhecimento diante da homogeneidade curricular, evidenciando a discrepância entre o currículo, a infância e sua singularidade, situação que sinaliza a necessidade de uma maior articulação, não no sentido da justaposição, mas da efetiva relação.