A utilização do texto como contexto para articulação das atividades que contemplem os eixos da Língua Portuguesa constituídos por leitura, oralidade, escrita e análise linguística constitui um dos principais desafios do professor da disciplina da escola contemporânea. Considerando o fato de o livro didático constituir o principal instrumento de trabalho do professor de Língua Portuguesa do Ensino Médio, analisamos o tratamento concedido ao texto pelos autores Cereja & Magalhães (2013), na organização das seções Literatura, Gramática, Interpretação de Texto e Produção de texto que constituem a coleção Português: Linguagens. Baseados nos pressupostos teóricos apresentados por Koch (2003, 2010) e Bakhtin (2000, [1929] 2012), trataremos das proposições para o tratamento a ser conferido ao texto, no contexto de ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa na contemporaneidade. Adotamos uma metodologia do tipo qualitativa interpretativa, visto que os argumentos apresentados estão pautados em amostras captadas da coleção em análise. Os resultados apontam que o texto é utilizado em todas as seções da coleção, embora com enfoques diferentes das orientações apresentadas pelo Guia do Livro Didático (2014), dissonante, em parte, das discussões teóricas apresentadas pelos autores que serviram como referência à análise.