SOUZA, Jorge Lucas Nascimento et al.. Aprendendo parasitologia com o auxílio de paródias. Anais III CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <http://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/20258>. Acesso em: 23/12/2024 04:21
Temas complexos dentro e fora da sala de aula constituem alguns dos desafios enfrentados por professores da disciplina de Biologia. Entretanto, esse problema vai além do ensino de Biologia, pois um dos grandes obstáculos enfrentados pela escola pública brasileira é a falta de motivação por parte dos alunos em relação às aulas. Devido ao ensino tradicional, historicamente conhecido, o modelo atual da educação brasileira é desestimuladora para o aluno por não fazê-lo se interessar pelo conteúdo aplicado em sala de aula, o qual as avaliações trabalhadas estão voltadas somente para a atribuição de notas e estabelecimento de rankings, além de que os conteúdos de ensino são abordados de forma abstrata sem a devida aplicabilidade no cotidiano, dificultando mais ainda o processo de ensino-aprendizagem. É a partir desses desafios e obstáculos, já conhecidos no dia a dia do professor, que a aprendizagem lúdica surge como exemplo e é uma temática que cada vez mais vem ganhando espaço na educação, já que contribui com a desenvoltura da atenção, do raciocínio, da criatividade e da aprendizagem significativa do aluno. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi explorar o potencial didático que a utilização de paródias tem como alternativa para o melhoramento do processo de ensino-aprendizagem no ensino da parasitologia, com foco nas helmintoses gastrintestinais, as quais ainda constituem um grande problema de saúde pública, já que apresentam ampla distribuição geográfica, elevados índices de prevalência, e em alguns casos, morbidade significativa. O presente trabalho foi desenvolvido com alunos de ensino médio da rede pública das regiões metropolitanas de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, nos municípios de Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Parnamirim. Esses alunos foram participantes de um projeto de extensão intitulado “Ensinar e aprender: ações educativas de prevenção em doenças parasitárias”, o qual teve a finalidade de promover palestras, discussões com duração de três dias de atividade no período da manhã, incluindo a utilização de metodologias lúdicas (nesse caso paródias) no que diz respeito às estratégias de promoção à saúde na temática das helmintoses gastrintestinais. As paródias foram elaboradas com base nos conteúdos abordados ao longo da oficina, e se referem às helmintoses em humanos e animais de produção, bem como às medidas de higiene pessoal, como a lavagem das mãos e estudos de caso, mostrando a importância da saúde pública e saneamento ambiental. Os resultados sobre a utilização das paródias como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem foram positivos e isso foi constatado pela participação ativa dos alunos durante as apresentações, cantando e dançando junto com os monitores e professores que conduziram a oficina, e esta participação contribuiu para que o aluno compreendesse melhor o conteúdo abordado. No geral, os alunos pontuaram muito bem as paródias, com poucas notas abaixo de sete. A atividade de extensão conseguiu alcançar seu objetivo sem se remeter ao ensino tradicional, de modo que a aprendizagem se deu de forma prazerosa e possibilitou maior intereção com os alunos, favorecendo a comunicação professor-aluno.