Esse trabalho pretende analisar como a educação sob uma perspectiva decolonial e antirracista pode contribuir para a inserção do debate étnico-racial nas escolas públicas da região da baixada maranhense, onde, segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do ano de 2010, possui a segunda maior população negra do Maranhão, ficando atrás apenas do conglomerado da ilha de São Luís. Durante a colônia e o império, várias propriedades localizadas nos municípios dessa região utilizaram a mão de obra escrava para produção açucareira destinada, principalmente, para exportação. Os resquícios da colonização podem ser observados até hoje. Em 2019, a taxa de analfabetismo no estado era de 14,6%. Em que pese o IBGE apontar uma redução de 2,5 pontos percentuais em relação ao dado de 2022 (12,1%), o Maranhão ainda lidera o ranking de estado que mais envia e resgata trabalhadores em situação análoga à escravidão no país. Um dado comum a maioria dos trabalhadores rurais submetidos a essa prática é o analfabetismo, semianalfabetismo e a baixa escolaridade. O olhar lançado sobre o negro e sua cultura, na escola, tanto pode valorizar identidades e diferenças quanto pode estigmatizá-las, discriminá-las e até mesmo negá-las, devido à ausência de pertencimento. Nesse sentido, construir e disseminar uma educação sob este prisma pode contribuir para romper com os modelos impostos pelo sistema colonialista, bem como para consolidação do protagonismo estudantil histórico da população negra nessa região. Ademais, como método de abordagem, utilizou-se o método dedutivo, com a apropriação histórica de conceitos de decolonialidade e antirracismo. Os procedimentos utilizados para obter informações foram a pesquisa bibliográfica e documental. E, por fim, para analisar esse processo histórico, recorremos aos aportes teóricos de autores que trabalham a identidade negra, como Frantz Fanon, Kabengele Munanga, Achille Mbembe, Ângela Davis, Abdias do Nascimento e Bell Hooks.