Introdução: O trabalho apresenta uma proposta didática de inclusão para ser desenvolvida com alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Esta proposta surgiu mediante as experiências vivenciadas durante o Estágio Supervisionado na turma do 4° ano em uma escola da rede municipal da cidade de Campina Grande. Objetiva-se que após o contato com o cantinho da africanidade os alunos possam valorizar e respeitar a história, a cultura, as lutas, as vitorias que o povo negro viveu e deixou como herança cultural para o povo brasileiro. Como também, passem a se auto-identificar em relação ao grupo étnico racial. O aporte teórico para a realização desse estudo se buscou apoio nos textos estudados, durante os encontros de pesquisa, coordenado pela professora Margareth Maria de Melo, como Aladrén (2010), Pereira (2010), Viana (2010), Cunha Jr (2003), Cavalheiro (2000), Silva (1998), Munanga (2000) entre outros pesquisadores dessa temática. A Metodologia utilizada em nossa proposta remete-nos a um trabalho de intervenção. Que buscou através do estudo bibliográfico e documental de leis, diretrizes, livros, gibis, revistas, filmes, documentários, desenhos e músicas que retratem a imagem e valorização da questão negra na sua historia, cultura e identidade. Discussões dos resultados: foi observado que os alunos não sabiam identificar a localização geográfica do continente africano no globo terrestre, como também, afirmavam que a África era um país, um lugar sempre qualificado com os adjetivos pobre, negro, ou associado a animais, mato, macumba, entre outros conceitos. Em relação à identidade étnico-racial, observou-se que os alunos não se auto identificavam como negros, nem tinham conhecimentos sobre a história, a cultura e identidade negra. As atividades propostas foram bem participadas, a interação entre estagiário e alunos foi amistosa, o que favoreceu a aproximação de alunos com problemas de rejeição por ser negros ou por frequentar terreiro de candomblé. O espaço organizado como o cantinho da africanidade ajudou a expor as atividades desenvolvidas, e armazená-las para consultas posteriores, além de envolver os alunos nas discussões e reflexões propostas. Conclui-se que diante deste trabalho desenvolvido de inclusão da história e cultura negra os alunos descobriram um novo conhecimento sobre o povo negro, isto permite construir conceitos positivos em relação ao povo negro, sua identidade, história, cultura e ajuda na eliminação de estereótipos que são criados em relação ao negro. Segundo Munanga (2000) o resgate da memória e historia do povo negro não interessa apenas a pessoas negras, mas também as pessoas de outras ascendências, principalmente, a branca, pois todas recebem uma educação envenenada de preconceitos que afetam suas estruturas psíquicas.