A mídia tem capacidade de fomentar assuntos e visões que a população tem sobre determinada temática, e influenciar a prática docente. Considerando o Acordo de Paris Sobre o Clima, nosso objetivo foi investigar como os jornais online mais lidos do Brasil discutem mudança climática. Selecionaram-se seis sites: Globo.com, O Globo, Folha de São Paulo, BBC News, Metrópoles e Estadão. Buscou-se por “aquecimento global” e “emergência climática”, entre 01/01/2023 e 31/03/2023, encontrando-se 408 matérias, que foram analisadas segundo Bardin em categorias: 1- Cita o termo em contexto não ambiental; 2- Cita o termo em contexto ambiental; 3- Tem intenção de alertar ou explicar; 4- Ações/falas de políticos/ativistas; 5- Contextualiza em um cenário ambiental. Encontrando na primeira categoria 154 reportagens, seguida de 91, 45, 40 e 78, respectivamente. Para aprofundar a leitura, a terceira categoria foi detalhada. Sobre autores, 55,6% foram jornalistas/escritores, 13,3% pesquisadores e 31,1% jornalistas científicos, mostrando uma disponibilidade da mídia de se aprofundar nas peculiaridades científicas. Em 88,8% das reportagens o nome de cientistas ou órgãos do clima é citado, contribuindo para a valorização científica. Entre os assuntos, 31,1% contextualizavam com eventos extremos, 22,3% com novas tecnologias, 20% com emissões de gases, 13,3% com a temperatura, 4,4% com degelo polar, e 8,9% outros temas. No conteúdo, 42,2% explicavam o papel do homem na problemática, e 88,2% alertavam para os perigos socioeconômicos e/ou ambientais. Ainda, 60% responsabilizam todos os setores na resolução da questão climática, 28,9% não cita de quem seria a responsabilidade e 11,1% colocam no governo a responsabilidade. Diante disso, conclui-se que o espaço para o debate do clima na impressa traz questionamentos complexos que podem ser levados para a sala de aula e debatidos de forma interdisciplinar. Essa pesquisa servirá de base para uma proposta de educação climática e divulgação científica para professores do ensino básico.