Vinculado ao Projeto Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), o presente trabalho é fruto de nossas intervenções em uma das escolas da rede pública de ensino da cidade de Monteiro onde estamos desenvolvendo um conjunto de ações que visa fazer com que a prática de leitura, sobretudo a de textos literários, se torne uma ação efetiva nas aulas de língua Portuguesa. Nossa preocupação com a forma como o texto literário circula no interior da escola é uma ação política que advoga, na esteira de Antonio Candido (1995, 2002), a importância da literatura no processo de formação do ser humano e vê na escola uma das agências imprescindíveis para que esse processo se realize com êxito, apesar dos percalços existentes. No caso deste nosso trabalho, apresentamos a sugestão de criação de uma Unidade de Poesia Intensiva (UPI) como um espaço de fomento à leitura literária a partir de ações, como a criação de pílulas poéticas, que possam expandir-se para além da sala de aula e envolver toda a comunidade escolar em torno de práticas significativas de leitura que propiciem aos alunos uma significativa e sólida educação literária. Para a realização do presente trabalho, seguimos as orientações teórico-metodológicas de Tavares (2007), Candido (1995, 2002), Eco (2003), bem como de alguns documentos oficiais, como as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006). Como mostraremos ao longo do presente artigo, os resultados por nós obtidos foram bastante satisfatórios, não só porque permitiram a aproximação dos alunos para com a literatura, sobretudo com o gênero poema, este que ocupa um lugar à margem na escola, e também para nós, professores em formação inicial, pois, a partir das intervenções que realizamos, pudemos perceber que, se nossas práticas forem ressignificadas a partir do planejamento sério e do uso de metodologia adequada, o trabalho em sala de aula pode amalgamar saber e sabor.