Muito se discute sobre os desafios para a permanência dos alunos da EJA. Compreendemos que os aprendentes dessa modalidade de ensino, em algum momento, tiveram seu direito à educação negado. É importante enfatizar que a metodologia na EJA é diferente da aprendida para mediar na educação infantil, visto que esses aprendentes têm uma vasta experiência, outra faixa etária e, muitas vezes, já estão inseridos no mundo do trabalho. A metodologia, quando trabalhada em sala de forma incorreta e infantilizada, culmina no desânimo, e desestimula o aluno em seu percurso educacional. Buscar novas ferramentas pedagógicas é imprescindível para que ocorra uma aprendizagem estimulante, e o cinema é um grande aliado para esse momento, para além da alfabetização, o letramento. Através de obras fílmicas, podemos trabalhar diversas leituras: a sonora ou gráfica, de imagens; além de mediar o olhar crítico, visto que há grande vastidão de temas em filmes. Nesse artigo, apresentaremos como sugestão para que se trabalhe na EJA o projeto de Extensão “Cine-CAVN: Recepção crítica da indústria cultural na formação da leitura, da escrita e no letramento midiático”, ativo no Campus III da UFPB. Esse projeto é aberto para todo o público, entre eles, os alunos do PROEJA. As ações extensionistas desse projeto trabalham a oralidade e a escrita, tendo como base a discussão de obras cinematográficas. Compreende-se que os alunos do PROEJA, que participaram nas mesas de debate, conseguiram se expressar oralmente, além de trabalhar a escrita, através de elaborações de redações, culminando na vontade de compreender as múltiplas culturas, e até de realizar uma graduação. No tocante, ações extensionistas podem transformar expectativas de vida, principalmente em modalidades esquecidas e precarizadas. Instigar o aprendente a continuar na EJA é um desafio, e, para isso, o docente deve ser pesquisador e reflexivo, e, assim, surgir o ato de esperançar.