A categoria docente, seja da educação básica ou superior, sempre foi assunto de questionamentos, críticas, pesquisas e publicações. E se faz necessário porque nossa atuação/formação precisa ter como premissa o inacabado, o eterno refazer, reconstruir, ir e vir numa perspectiva freiriana. O presente artigo reflete sobre a formação dos professores com recorte para a temática da violência nas escolas. Visa compreender os possíveis agravos à saúde psíquica desses profissionais, como a Síndrome de Burnout ou o estresse pós-traumático, sobretudo face à escalada de violência ocorrida recentemente em algumas escolas brasileiras. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que parte de uma revisão bibliográfica sistemática, com objetivos exploratório e explicativo, em livros e obras congêneres a fim de identificar se a base da formação de professores atual se alicerça numa educação transformadora/emancipadora, imbricada com temáticas sociais e coletivas e ainda, “letrados digitalmente”, bem como a realização de um levantamento dos tipos de violência ocorridos em algumas escolas e as possíveis repercussões na saúde psíquica dos professores. A questão norteadora “quem cuida dos professores?” dialoga com a multirreferencialidade uma vez que sinaliza a reflexão por meio da complexidade, diversidade e pluralidade em que o tema se encontra. Como resultados, se evidencia a necessidade de uma formação de professores que, para além do domínio de conhecimentos técnico-pedagógicos, os capacitem para a gestão de conflitos, gestão do estresse e o desenvolvimento de habilidades sociais. Cabe ainda fornecer aos professores um suporte emocional, e repensar as políticas educacionais. Dessa forma eles teriam mais recursos no enfrentamento dos desafios que essa profissão impõe.