As discussões em torno das questões étnico-raciais e de gênero ocupam cada vez mais espaços nas estruturas sociais e dentre elas, as educacionais. Sendo assim, esse artigo tem como objetivo a avaliação de como se dá a construção da masculinidade negra, bem como a própria construção social e política da concepção de raça, uma vez que esse conceito foi utilizado como uma forma de hierarquizar uma população, sendo corroborado principalmente pelo seu passado colonial. Procura-se, também, enfatizar os debates contemporâneos em torno de uma educação antirracista e afrocentrada e como isso tem sido posto no sistema educacional brasileiro. Dessa forma, é indubitável que a educação é um pilar fundamental para a sociedade. Por isso, a Lei 10.639/03 e consequentemente a obrigatoriedade do ensino da História da Cultura Afro-Brasileira, foi e é um marco de luta e conquista do Movimento Negro e não só isso, é uma forma de resistência da população negra. Apreende-se que hodiernamente é inadmissível uma educação que não respeitam e abrace a pluralidade de ser e existir. Dessa maneira, a literatura vem como um instrumento de positivação das identidades negras, podendo tanto perpetuar, quanto romper com estereótipos. Sendo ela um instrumento de representação e ensino imprescindível desde a infância. No campo metodológico utiliza-se a proposta de revisão documental. Além de averiguar os últimos estudos relacionados aos objetivos desse artigo, também foi analisado obras de literatura infantil, lançadas após a Lei 10.639/03, mais especificamente, publicados entre 2005 - 2021, que são destinados a crianças e que tenha meninos negros como protagonistas.