Atender temas não contemplados nos currículos oficiais, mas constantemente postos em pauta pelos alunos – os conteúdos emergentes – pode ser uma forma de pôr em prática a perspectiva decolonial em sala de aula. O presente trabalho tem como objetivo produzir uma oficina com base na experiência estética utilizando-se da série Pardo é papel, de Maxwell Alexandre, artista oriundo da Rocinha, que representa o cotidiano das favelas e corpos pretos em situação de empoderamento, além de levantar a questão da miscigenação no Brasil, a partir da provocação sobre a denominação “pardo”. Supõe-se que a oficina configure como uma ferramenta pedagógica na perspectiva decolonial, promovendo a abordagem de conteúdos emergentes utilizando o conflito como uma vantagem pedagógica. Para a discussão sobre Pedagogia Decolonial, serão usados os autores Walsh, Candau e Rufino, sobre a Ecologia dos saberes, nosso referencial é Boaventura Santos. Já para o debate sobre currículo oculto, o aporte teórico estará baseado em Apple. E a discussão sobre cotidiano escolar estará embasada em Alves e Ferraço. O método escolhido para a realização da pesquisa foi a pesquisa-ação, pois endente-se que essa metodologia busca cientifizar práticas educativas. A coleta de dados se dará a partir de questionário sociodemográfico, roda de conversa e entrevista semiestruturada, aplicados durante as aulas da professora-pesquisadora. A população e a amostra serão estudantes de 8° ano da Escola Municipal Equador, no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro. Os dados serão analisados a partir da análise de discurso escolar, inspirada no trabalho, de perspectiva foucaultiana, de Luís Sommer, a partir disso, espera-se que os objetivos da pesquisa sejam cumpridos. O produto educacional produzido em conjunto a essa pesquisa será um manual para aplicação da oficina baseada nas obras de Maxwell Alexandre.