MODA, Nádia Malena. Geografias decoloniais do fogo: um debate necessário. Anais do XV ENANPEGE... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/94437>. Acesso em: 23/12/2024 10:01
O fogo está presente no nosso cotidiano de forma tão enraizada que pouco nos atemos da sua importância ou de quão dependentes somos dele. Ele funda cosmologias diversas que lhe atribuem significações tão diversas quanto os povos que as sustentam, normalmente atrelado à renovação e transformação. É um elemento presente no Sistema Terra há 420 milhões de anos e influencia e molda ecossistemas, paisagens e biomas; há 2,5 milhões de anos, uma nova fonte de ignição foi adicionada à sua natureza: os seres humanos. Desde então, tem sido amplamente utilizado para diversas finalidades, sendo as mais comuns associadas à manejos de paisagens e agricultura, bem como está presente na composição cultural e simbólica dos povos. Durante os processos de colonização do sul, principalmente nas savanas, e atrelado ao mito da natureza intocada, o fogo e seus usuários foram amplamente criminalizados, gerando desequilíbrios culturais e ecológicos. Pouco estudado dessa forma na Geografia, o presente trabalho se propõe a fazer uma revisão sobre as colonizações do fogo no hemisfério sul; conflitos, mudanças e desdobramentos culturais e ambientais provenientes desse processo; e a importância de pensarmos a construção dos espaços, bem como a gestão territorial, a partir do fogo.