Na área de Ensino de Ciências ainda são poucos os estudos que se dedicam a tratar de abordagens decoloniais em contextos educativos. Para tratar desses aspectos, uma das possibilidades é aprofundar aspectos da história local com o intuito de perceber criticamente aspectos da colonialidade, como silenciamentos, apagamentos, hierarquização e relações de poder. No contexto brasileiro, a história da mineração do ouro é um tema promissor, dado que grande parte do metal extraído foi realizado por africanos e indígenas escravizados, os quais, num processo de desumanização tiveram seus conhecimentos pilhados. Desta maneira, com base principalmente no conceitos de colonialidade do ser, do saber e do poder, proposto por Walter Mignolo, analisamos aspectos do imaginário sobre o ouro, os quais podem contribuir para construção de currículos que promovam um diálogo intercultural crítico e justiça cognitiva.