A proposta surgiu a partir de enorme dificuldade de determinada turma em compreender as estruturas sintáticas das orações. Vale salientar tratar-se de uma turma singular, com um potencial lógico-matemático bastante aguçado. Enquanto numa outra turma era possível avançar aos termos acessórios da sintaxe, a turma em questão relutava em apropriar-se da classificação do predicado. Devido a isso, mostrou-se-nos o desafio de construir estruturas lógicas para relacionar aos conteúdos, bem como apontar caminhos para a análise sintática, a qual, conforme Cegalla (2008), “examina a estrutura do período, divide e classifica as orações que o constituem e reconhece a função sintática dos termos de cada oração”. Esse processo de reconhecimento dos sintagmas foi facilitado unicamente através de uma percepção da lógica presente no processo de construção dos enunciados. Partimos, assim, do grande potencial matemático da turma referida para construir procedimentos e raciocínios lógicos, a fim de que a metodologia fosse adequada às necessidades dos estudantes e não o procedimento contrário, através do qual a esmagadora maioria dos estudantes são submetidos, vendo-se obrigados a adequar-se às propostas pedagógicas que se lhe impõem. Com isso, percebemos que “o problema certamente está no modo como se ensina português e naquilo que é ensinado sob o rótulo de língua portuguesa” (BAGNO, 1999), uma vez que houve sucesso na mudança de metodologia.