Deficiências nutricionais, dependendo de sua frequência e intensidade, podem afetar a organização estrutural e bioquímica do sistema nervoso. Nesse sentido, esse estudo teve como objetivo avaliar a percepção visual e o desempenho escolar de crianças e adolescentes com e sem histórico de desnutrição, provenientes de escolas públicas. Para tanto, participaram 10 crianças entre sete e 13 anos, divididos em grupo de estudo (M = 10,60, DP = 1,52 anos) e grupo controle (M = 8,40, DP = 2,07 anos). Os participantes foram submetidos à aplicação de um questionário sociodemográfico, ao Teste de Desempenho Escolar (TDE), à medida a função de sensibilidade ao contraste para grades senoidais com frequências de 0,2, 0,6, 1,0, 3,1, 6,1, 8,8, 13,2 e 15,9 (ciclo por grau de ângulo visual) e ao teste de cores de Cambridge. As análises mostraram que as crianças com desnutrição apresentaram melhor desempenho no TDE do que as crianças sem desnutrição (eutróficas) nos testes de desempenho escolar e maior sensibilidade ao contraste para as frequências 0,2 (p < 0,05), 8,8 (p < 0,01), 13,2 (p < 0,01) e 15,9 (p < 0,01). No entanto, esses dados são preliminares, pois a amostra é pequena e a diferença de faixa etária entre os grupos pode ter influenciado. Desse modo, recomenda-se o desenvolvimento de mais estudos.