O artigo se propõe a refletir, por meio de uma revisão de literatura e análise crítica do tema, sobre a maneira como livros literários infantis com a temática afro-brasileira podem contribuir com a discussão sobre a construção da identidade étnico-racial na escola. Apesar de medidas para superar a questão do racismo nas escolas constarem em documentos que regem a Educação no Brasil, como a Lei nº 10.639/2003, a qual estabelece o ensino da história e cultura afro-brasileira obrigatórios no ensino fundamental, o que ainda se percebe é a perpetuação de expressões racistas e padrões eurocêntricos contidos em muitas obras literárias para crianças e a ausência de debates que abordam o assunto. Em relação à metodologia, os estudos foram buscados na base de dados Google Acadêmico e a pesquisa se caracteriza como sendo bibliográfica e de cunho qualitativo, estando fundamentada na contribuição dos seguintes teóricos: Abramovich (2009), Freire (1989), Debus (2017), Vygotsky (1988) e Zilberman (2003). Os principais resultados mostraram que, para se atingir a promoção de caminhos para a superação do racismo, é necessário que as escolas sigam a rigor o que consta na Constituição Federal brasileira de 1988 e integrem obras literárias infantis afro-brasileiras no ensino, as quais carregam informações, valores e culturas importantes para a formação das crianças no tocante a seus aspectos cognitivo, afetivo, social, linguístico, crítico e reflexivo, além de serem fundamentais para a construção da sua identidade e desconstrução de conceitos enraizados sobre a cultura afro-brasileira. Desse modo, a valorização da cultura afro-brasileira e o reconhecimento da importância do povo negro na constituição da sociedade brasileira em seus âmbitos social, histórico e cultural em livros literários infantis podem se constituir enquanto um caminho para se romper com práticas racistas desde a infância.