Os povos indígenas brasileiros, são vítimas de um apagamento/silenciamento histórico dos seus valores culturais, da violência contra seus povos e da dificuldade de acesso aos seus direitos, assegurados por lei. Iniciando-se com a colonização e perpassando pelo império, república, ditadura militar e chegando aos dias atuais ___ em tempos de (pós) pandemia___ às questões relacionadas aos povos indígenas ainda vêm sendo negligenciadas e/ou discutidas numa premissa folclórica, construída a partir de uma estrutura social racista e preconceituosa. Nesse sentido, o presente trabalho, objetiva realizar uma breve descrição acerca do racismo socialmente estruturado e direcionado a esses povos, bem como, elucidar a presença de um preconceito etnocêntrico, derivado da etnização dos grupos sociais. Assim, buscou-se evidenciar o racismo engendrado na base do (não) tratamento às questões indígenas, tendo em vista que, há contestação do termo, sobretudo, quando aplicado ao contexto dos povos indígenas. O estudo aponta e propõe, o questionamento das especificidades, que distingue o racismo/preconceito étnico, instituídos e praticados (simbólica e culturalmente) contra esses povos, elucidando a resistência (à), a existência (existir com) e a reexistência (a partir de/uma existência outra) dos povos indígenas brasileiros, face à essa conjuntura. Contudo observa-se que muitas são as lacunas relacionadas a essa questão, carecendo assim, de mais estudos, militância e agência, no sentido de ampliar a visibilidade do problema, bem como, desconstruir o ranço colonial que molda a sociedade brasileira.