Diante do racismo estrutural vigente no Brasil que se perpetua, se fortalece e chega até a escola através de diversas situações dolorosas que atravessam gerações e marginalizam as crianças negras, este texto tem como objetivo analisar em que medida o discurso do desconhecimento docente e a carência formativa acerca da educação étnico-racial se reverberam em práticas pedagógicas que se silenciam diante do racismo, investigando como essas ações de neutralidade docente influenciam o sujeito discente e representam uma faceta da banalização do mal, categoria cunhada por ARENDT (1999). Buscamos compreender os impactos das narrativas docentes descomprometidas com a Lei 10.639/2003 na educação antirracista constatando que, mesmo após 20 anos da promulgação, ainda vivenciamos a resistência e o desconhecimento no cumprimento da lei na sala de aula. O percurso metodológico de caráter qualitativo teve seus dados construídos pela pesquisa exploratória de caráter bibliográfico, utilizando-se de um sucinto levantamento teórico das discussões sobre o assunto e textos acadêmicos. A análise apontou, entre outras questões, para a necessidade de reagir ao silenciamento “ingênuo” de professores e professoras diante da educação étnico-racial, desenvolvendo uma pedagogia antirracista voltada enunciação e combate ao racismo estrutural, para que o silêncio docente não contribua para banalização do mal, expressado no racismo em suas mais variadas formas.