Na atualidade, em razão de muitos posicionamentos governamentais (e para justificá-los), no campo específico da História do Brasil, ideólogos de extrema-direita passaram a se dedicar à “revisão” de conteúdos historiográficos bastante estudados pela historiografia acadêmica. No que diz respeito especificamente ao campo do Ensino da História, esses grupos passaram a utilizar ferramentas audiovisuais no intuito de veicular conteúdos que, repetidas vezes, se intitulam como “releituras”, “rediscussões”, “revisões” ao se referirem ao seu posicionamento com relação à produção historiográfica (academicamente reconhecida e veiculada) ou ao ensino da História. Temos verificado a circulação e divulgação de narrativas segundo as quais Zumbi dos Palmares era escravagista, o Nazismo foi um movimento ligado originalmente à ideologia de esquerda e, finalmente, a negação da existência de um golpe militar em 1964. Além de ganharem espaço nas redes telemáticas, estas narrativas ganharam vários defensores, dedicados à realização de um “revisionismo” historiográfico, para veiculação, nas escolas, dessas “novas versões” de episódios históricos. Assim, com base nessas premissas, essa pesquisa teve por objetivo analisar o documentário “1964: o Brasil entre armas e livros”, do grupo Brasil Paralelo e as ideias revisionistas presentes no mesmo acerca do Golpe Militar de 1964. Nossa abordagem foi a qualitativa e utilizamos a análise documental como procedimento metodológico. Apontamos as possíveis críticas, de forma a contribuir com a reflexão sobre o processo de ensino da História sobre o Golpe de 1964 e a Ditadura Militar no Brasil.