Diante dos inúmeros desafios que afrontam o cotidiano escolar, nosso olhar se reportou para as professoras, ou melhor, para o seu bem-estar. Foi nossa preocupação conhecer como o tema bem-estar ocupa lugar nas pesquisas do campo educacional. Seguimos pela pesquisa bibliográfica, com recorte exploratório, averiguando como as pesquisas têm se posicionado em relação às condições de trabalho que podem promover o bem-estar nas escolas. O referencial teórico considerou as ideias de defendidas pela educação libertadora, ressaltando a relação entre bem-estar e educação libertadora, na medida em que a gestão democrático-participativa carrega potenciais para valorização das narrativas docentes e se ergue com base no diálogo e escuta ativa das professoras. A gestão escolar que se preocupa com a humanização acena para os corpos-vidas que constituem a estrutura da escola. Corpos-vidas estes que se desdobram para oferecer um acolhimento digno diariamente a diversos discentes, abrindo mão por diversas vezes de si mesmo na busca de colher flores em meio a um terreno árido. Nossa análise se ocupou especificamente do GT 08 – Formação de professores da ANPEd, com um recorte temporal dos três últimos anos de reunião, 2017, 2019 e 2021. De um total de 90 trabalhos aprovados, nenhum apresentava no título a palavra “bem-estar”. Em face da complexidade do tema, esse texto trouxe uma reflexão sobre a realidade dos corpos-vidas de tantas docentes brasileiras.