Pesquisas recentes apontam que os currículos dos cursos de licenciatura ganham um caráter mais técnico, buscando atender novas especificidades, o que, algumas vezes, diminui o valor dado à filosofia nesse contexto, provocando uma fragmentação de componentes curriculares, dificultando a real qualidade na formação do professor. Nesse sentido, propõe-se a analisar o ensino de filosofia como componente curricular nos cursos de licenciatura diante da reorganização curricular brasileira, buscando entender o papel dado à filosofia na formação do pedagogo. De modo específico, propõe entender a legislação e a organização curricular no Brasil e compreender a situação da filosofia diante da reorganização curricular brasileira do Curso de Pedagogia. Assim, por meio de uma pesquisa descritiva e explicativa, tendo como método de abordagem o dedutivo, foi feito um estudo da legislação pertinente, com o uso de metodologia qualitativa. O interesse em estudar esse campo de investigação busca responder aos desafios e às perspectivas do ensino de filosofia como componente curricular nos cursos de licenciaturas no contexto atual brasileiro. Foi observada uma reorganização curricular no país, interferindo na condição dada à filosofia como disciplina nos cursos superiores, uma vez que disciplinas de filosofia estão tendo redução de carga horária, ocorrendo uma “fusão” de componentes curriculares e a consequente perda de conteúdos, deixando se ser obrigatórias e se tornando eletivas, ou até sendo retiradas das matrizes curriculares de alguns cursos superiores de determinadas universidades brasileiras. Percebe-se certo paradoxo na organização curricular dos cursos superiores, pois se de um lado se defende a autonomia dos professores e universidades/faculdades ao escolherem suas disciplinas, o que é algo positivo, de outro lado, pode ser algo negativo, pois existe um “jogo de poderes” entre as áreas dos conhecimentos nos departamentos dos cursos.