Este artigo se refere a um projeto criado para o Programa Residência Pedagógica, para ser trabalhado com estudantes do Ensino Médio. Essa característica faz deste trabalho, portanto, um relato de experiência. A prática do projeto esteve pautada no ensino de Literatura e Língua Portuguesa a partir de uma perspectiva antirracista, tendo como base teórico-metodológica a arma da teoria, o dialogismo e a interdisciplinaridade, para que a assim pudesse ser posta em prática uma pedagogia capaz de emancipar subjetividades. A emancipação das subjetividades ocorreria a partir de uma pedagogia capaz de romper com as formas de colonialidade e subjugação do pensamento e do conhecimento. Ademais, a teoria da interdisciplinaridade está pautada na necessidade das disciplinas não apenas se tocarem, mas realizarem modificações sociais. Além disso, o projeto foi pensado como mediação para combater as diversas formas de racismo: estrutural, religioso, recreativo, não deixando de lado conteúdos presentes na BNCC, mas sem deixar de lado a vivência cotidiana de cada estudante, fazendo-os ver a escola como parte de suas vidas e não como algo descolado das suas realidades. Os principais resultados para essa pesquisa consistem na conscientização dos estudantes acerca das religiões de matrizes africanas, no conhecimento da presença de mulheres e homens negros na Literatura Brasileira, da compreensão de que a bagagem que cada estudante carrega precisa estar na sala de aula.