Este trabalho apresenta uma reflexão sociológica dos processos constitutivos de saberes, atitudes e ações ecológicas, na perspectiva de um grupo de dez trabalhadores urbanos que elaboram suas relações de trabalho na coleta diária de resíduos sólidos nas zonas abissais da fome, pobreza e miséria. Essa experiência foi vivenciada no bairro Campo dos Velhos, localizado na periferia da cidade de Sobral. A abordagem se delineou a partir de estudos das Epistemologias ambientais realizados quando ministrei a Disciplina Sociologia do Meio Ambiente. Assim pude desenvolver um Estudo Etnográfico, fiz observação e escutei narrativas sobre as vivencias e experiências dos atores sociais. Tive a pretensão de buscar compreender como as atividades de recicladores corroboram com as redes de saberes ambientais na perspectiva de produzir uma ecologia da rua. O recorte analítico aqui é refletir como os saberes ecológicos são corresponsabilidade tecida nas possibilidades, de ações hibridas de sujeitos ecológicos humanos e não humanos, que cotidianamente reproduzem a vida nos diferentes ecossistemas que partilham. Essa partilha é atravessada por uma nova racionalidade ambiental produzida nas utopias do mundo de Si, do Mundo do Outro e do Mundo da vida.