A pandemia da covid-19 não apenas escancarou as desigualdades econômicas e sociais presentes em nossa sociedade, como também no acesso à educação. Se em nossa prática, enquanto docentes, percebemos nitidamente uma lacuna e defasagem no ensino básico, este cenário só evidenciou ainda mais o abismo e o distanciamento dos alunos do acesso ao ensino superior. Apesar das tecnologias digitais terem sido ferramentas essenciais no processo de ensino-aprendizagem durante o ensino remoto, é de conhecimento de todos que tais ferramentas não são novidades no campo da educação superior. Fato é, no entanto, que nossa formação inicial e continuada não nos preparou, nem didática e nem tecnologicamente para o uso dessas ferramentas e diante do contexto de aulas online, ou de transição, o ensino híbrido. Sendo assim, docentes, discentes e a escola precisaram se reinventar e muitos professores, infelizmente, tiveram suas limitações tecnológicas expostas e não são mais os mesmos. Essa experiência, descortinou a necessidade de uma reflexão e de um debate no que tange à inclusão e inovação de ferramentas tecnológicas à formação continuada docente e às práticas pedagógicas a fim de acompanhar essas novas demandas. Diante disso, surge o presente trabalho que objetiva promover reflexões e questionamentos sobre a ressignificação da identidade e da profissionalização docentes, durante a transição do ensino remoto para o presencial, a partir da vivência e da prática de professores do pré-vestibular social Futuro em curso do Sesc Nova Friburgo/RJ. Um projeto implementado em um contexto pandêmico e remoto que obteve bons resultados. No entanto, isso foi possível por conta de um trabalho realizado com um olhar social e humanizado desses docentes, que buscaram na união e nos estudos, não só compartilhar seus saberes experienciais, mas também ampliaram suas perspectivas de abordagem dessas tecnologias como elementos fundamentais que legitimaram o trabalho enquanto princípio educativo.