O nível educacional de uma população é o resultado de décadas de investimento em educação. Apesar da relação entre educação e desenvolvimento econômico não ser linear, existem múltiplas evidências que sugerem que a educação é um dos principais pilares da economia. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi relacionar a oferta educacional no ensino fundamental e o desenvolvimento socioeconômico dos municípios do estado da Bahia. Para isto, foi realizado um recorte das 20 cidades baianas com maiores e menores índices de desenvolvimento humano municipal (IDH-M) e avaliada a oferta de vagas dos estabelecimentos de ensino de acordo com a categoria administrativa (público x privado) e resultados no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Observou-se considerável grau de participação do setor privado nas localidades com IDH-M mais acentuados, contrastando com a presença mínima ou ausência deste setor nos municípios menos desenvolvidos. Ao associarmos a qualidade do ensino pautado pelos resultados do ENEM, outra vez a disparidade é acentuada. Novamente é visto que as cidades apontadas pelo IDH-M como mais desenvolvidas são aquelas que detém, segundo o parâmetro utilizado, os melhores estabelecimentos de educação básica. A conclusão deste estudo permite inferir um cenário onde a curva da desigualdade social tende a aumentar na medida em que o setor público, garantidor constitucional deste direito à população, não conseguir implementar ações que promovam progresso substancial na qualidade da educação básica. Como propostas para o alcance deste objetivo podemos destacar o investimento na capacitação dos profissionais (professores, gestores), estrutura física dos estabelecimentos, entre outros.