O Instagram é uma rede social que surgiu em 2010, para fins pessoais, comerciais e de exploração de temas e defesa de causas, como é o caso do ativismo do autismo. Nesta rede, os conteúdos formais e informais produzidos por autistas jovens e adultos têm aumentado de forma significativa. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, que manifesta-se desde a primeira infância, e é caracterizado, principalmente, por dificuldades na comunicação e na interação social. O número crescente de diagnósticos de TEA, com prevalência de 62/10.000 indivíduos, faz com esse tema venha ganhando notoriedade, tanto na literatura científica quanto na mídia. Contudo, observa-se que a produção acadêmica acerca do autismo centra-se, de forma privilegiada, na visão do cuidador, da criança e do profissional, negligenciando o que significa ser autista para autistas jovens e adultos. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo analisar os conteúdos que jovens e adultos autistas produzem sobre o autismo no Instagram. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de análise documental, que adotou a coleta de dados públicos de rede social. 68 perfis foram analisados e tiveram suas postagens categorizadas por meio da Análise Conteúdo de Bardin, considerando um recorte temporal de janeiro a dezembro de 2021. Após a análise de cinco juízes, os resultados foram estruturados em quatro grandes categorias: Autismo: diagnóstico, tratamento e comorbidades; Habilidades sociais e comportamentos agressivos; Inserção social: sexualidade, religião, mercado de trabalho e direitos; e, Posts pessoais, polêmicas, críticas e preconceitos. Espera-se que os resultados do presente trabalho contribuam para ampliar o debate sobre o TEA. Por fim, sugere-se, para aprofundar os dados sistematizados nessa pesquisa, que outros estudos que garantam o espaço de fala a pessoa autista sejam realizados.